Política Tocantins

Advogado desiste de pedido de impeachment contra Laurez e explica o motivo

A Assembleia Legislativa do Tocantins confirmou que foi protocolado o documento solicitando a retirada do pedido de impeachment contra o governador em exercício, Laurez Moreira (PSD). A informação foi divulgada pela Coordenadoria de Imprensa e Divulgação nesta sexta-feira, 14, e o material já foi encaminhado ao Gabinete da Presidência.

O pedido original havia sido apresentado na terça-feira, 11, pelo advogado Fábio Natiêr, presidente da Comissão de Direito Eleitoral e Municipalista da OAB de Araguaína. Com ele, a Aleto acumulava seis pedidos de impeachment em análise: cinco contra o ex-governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) e um contra Laurez. Nenhum chegou a ser votado.

ARGUMENTOS DO PEDIDO INICIAL

No documento apresentado inicialmente, Natiêr questionava o que chamava de descontinuidade administrativa e demissões em larga escala no início da gestão. Ele apontava que 5.871 servidores haviam sido exonerados, com média de quase 90 desligamentos por dia útil, enquanto 2.276 contratações já teriam sido realizadas.

O advogado também contestava o decreto de emergência financeira e a nomeação de Juarez Moreira, filho do governador, para o secretariado. Segundo ele, o ato não atenderia aos critérios definidos pelo Supremo Tribunal Federal para casos de nepotismo em cargos políticos. Outro ponto levantado era o suposto uso irregular das redes sociais institucionais do governo.

AUTOR CONFIRMA DESISTÊNCIA 

O advogado confirmou à imprensa que decidiu retirar o pedido. Ele negou que a desistência tenha relação com os desdobramentos da Operação Fames-19.

Ao explicar a decisão, afirmou ter se sentido isolado desde o protocolo: segundo ele, tentou representar os servidores demitidos, mas acabou “crucificado”. Disse ainda que não pretende continuar o embate: entrou sozinho, permaneceu sozinho e saiu sozinho.

O advogado ressaltou que seu objetivo era abrir o debate sobre o volume de exonerações. Destacou que fez isso “com sacrifício da própria honra”, mas que o tema não avançou politicamente.

NATIÊR NEGA VÍNCULO POLÍTICO

Natiêr frisou que não possui filiação partidária e que sua iniciativa foi interpretada de forma equivocada. Ele afirmou ser servidor concursado e negou qualquer motivação política no pedido de impeachment.

Mesmo com a retirada, disse não se arrepender da iniciativa. Para ele, as pessoas demitidas precisavam de voz, e seu papel foi dar visibilidade ao tema: embora tenha sofrido pressões, afirmou que “não se luta uma guerra sozinho”.

Arimatéia Jr.

Arimatéia Jr.

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