Dia pelo fim da impunidade de crimes contra jornalistas alerta para aumento dos casos em 2025
Colegas da imprensa durante velório do jornalista palestino Mohammed Abu Hatab em Gaza | Foto: Reprodução/Yousef Masoud/New York Times
Neste domingo, 2 de novembro, é celebrado o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas e foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória dos dois jornalistas franceses assassinados no Mali, em 2013. A data reforça a necessidade de implementar medidas de combate à impunidade e garantir a proteção de profissionais da comunicação, frequentemente expostos a ameaças, perseguições e violência física ou digital.
Os ataques a jornalistas continuam crescendo em ritmo alarmante em todo o mundo. De acordo com dados da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), 37 jornalistas foram assassinados apenas em 2025, enquanto 561 permanecem detidos, sendo 522 jornalistas e 39 trabalhadores de mídia. Outros 54 profissionais estão mantidos como reféns e 99 seguem desaparecidos, a maioria presumivelmente morta. Os números reforçam o cenário de risco constante para quem atua na defesa da informação e da liberdade de expressão.
Segundo o professor Pedro Dallari, da Universidade de São Paulo (USP), os dados revelam um crescimento preocupante dos ataques a esses profissionais “em função do exercício de suas atividades essenciais à viabilização de informações para a sociedade”. Ele destaca que os números da RSF contabilizam apenas as vítimas que foram alvo de violência diretamente por causa da atuação jornalística, o que torna o quadro ainda mais grave.
Em 2025, o tema da campanha global é “Chat GBV – Sensibilização sobre a violência de gênero contra jornalistas mulheres facilitada pela IA”. A proposta busca chamar atenção para as novas formas de assédio e violência digital ampliadas por ferramentas de inteligência artificial, que têm afetado principalmente mulheres jornalistas.
O movimento propõe uma ação coletiva entre governos, plataformas digitais e sociedade civil para enfrentar o assédio online, a desinformação e a vigilância direcionada, preservando a liberdade de imprensa e a igualdade de gênero no espaço digital.





