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Prefeito que matou policial a tiros está preso em cela privativa

O prefeito de Igarapé Grande (MA), João Vitor Xavier (PDT), está preso preventivamente em uma cela individual, com cama e banheiro, em São Luís. A informação foi confirmada pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Ele se entregou à Polícia Civil na manhã de terça-feira (15/07), uma semana após matar o policial militar Geidson Thiago da Silva, durante uma vaquejada em Trizidela do Vale. O crime ocorreu em 6 de julho.

Apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter derrubado, em 2023, a regra que garantia cela especial para quem possui ensino superior, a lei ainda prevê separação de presos para proteção da integridade física, moral ou psicológica. Chefes de governo, como prefeitos, têm direito a cela diferenciada em casos de prisão preventiva.

Prisão após mandado judicia
A Justiça expediu mandado de prisão preventiva e busca e apreensão a pedido da Delegacia de Pedreiras, responsável pela investigação. Na segunda-feira (14), agentes tentaram encontrar João Vitor na prefeitura e em sua residência, mas ele não foi localizado. Após audiência de custódia, ele foi encaminhado para uma unidade prisional na capital maranhense.

O juiz Luiz Emilio Braúna Bittencourt Júnior justificou a prisão para garantir a ordem pública e para apreender a arma usada no crime, que ainda não foi encontrada. O prefeito segue investigado por homicídio e, caso seja denunciado, deverá ser julgado em tribunais superiores por ter foro privilegiado.

Discussão por farol terminou em morte
Testemunhas relataram que o policial Geidson Thiago, conhecido como “Dos Santos”, pediu ao prefeito para reduzir a intensidade dos faróis do carro, que estariam incomodando pessoas na vaquejada. Após uma discussão, João Vitor sacou um revólver calibre .38 e atirou, atingindo o PM pelas costas. A vítima chegou a ser socorrida e transferida para um hospital em Pedreiras, mas não resistiu. Ele era lotado no 19º Batalhão de Polícia Militar e foi sepultado em 8 de julho.

Um dia após o crime, João Vitor se apresentou à Delegacia de Presidente Dutra, prestou depoimento e foi liberado por não estar em flagrante. Antes de ser preso, ele pediu licença médica de 125 dias para cuidar da defesa e alegados “tratamentos psiquiátricos”, continuando a receber seu salário de R$ 13,2 mil. A Câmara Municipal aprovou o afastamento e a vice-prefeita, Maria Etelvina, assumiu o cargo interinamente.

A defesa do prefeito afirma que ele agiu em legítima defesa, alegando que o policial teria sacado uma arma. Porém, segundo a Polícia Civil, as investigações e testemunhas apontam que os disparos foram feitos pelas costas.

Sob análise
No depoimento, João Vitor reforçou que jogou a arma no local do crime, mas o revólver não foi encontrado. Imagens de câmeras de segurança mostram o prefeito pegando um objeto no carro antes do crime, mas não registram o momento exato dos disparos. As gravações passarão por perícia para esclarecer se o prefeito fugiu imediatamente após os tiros.

Arimatéia Jr.

Arimatéia Jr.

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