Tenente da PM é preso suspeito de matar caseiro de sítio para receber seguro
Delegado Tales Gomes reforça que as investigações seguem para esclarecer completamente os fatos | Foto: Reprodução Instagram
A Polícia Civil do Piauí, por meio da Diretoria de Operações Policiais (DEOP), cumpriu o mandado de prisão preventiva do tenente Alexandre Tupinambá. O militar já estava detido desde o dia 18, em razão de uma prisão temporária decretada no inquérito que investiga a morte do caseiro José de Ribamar, ocorrida em abril de 2023, no sítio do oficial, na comunidade Caju, em Santo Inácio do Piauí.
Inicialmente tratada como acidente por descarga elétrica, a morte do caseiro passou a ser investigada após diligências, depoimentos e análise de documentos apontarem indícios de falsificação, ameaças a testemunhas e possível simulação da cena do crime.
As apurações indicam que Alexandre teria provocado a morte do funcionário para possibilitar o recebimento de um seguro de vida de R$ 1,5 milhão. O beneficiário do seguro era um advogado amigo do tenente, sem qualquer conhecimento da família da vítima.
Seguro de vida
Durante a prisão temporária, novas diligências reforçaram as suspeitas. Os investigadores descobriram um segundo seguro de vida, no valor de R$ 1 milhão, contratado em nome de outro funcionário — conhecido como “Baixinho”, ligado à família da ex-esposa do tenente — no qual Alexandre aparecia como beneficiário.
Depoimentos colhidos apontam que o militar também teria planejado a morte desse segundo funcionário, simulando outro acidente elétrico. A vítima relatou que o tenente pediu que ele retirasse um suporte de TV; desconfiado, percebeu que havia fios desencapados conectados ao equipamento, o que poderia causar uma descarga elétrica fatal. A tentativa não se consumou porque o trabalhador identificou o risco a tempo.
Com o avanço das investigações e a consolidação de elementos que indicam homicídio qualificado e tentativa de homicídio para fraude a seguro, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva do tenente. A medida foi deferida pela Justiça e cumprida pela DEOP.
“As investigações seguem para esclarecer completamente os fatos e identificar possíveis cúmplices. Pelo que já foi apurado, Alexandre Tupinambá demonstra extrema periculosidade, com capacidade de coagir vítimas e até atentar contra a vida de testemunhas”, afirmou o delegado Tales Gomes.





