Maranhão Polícia

PF prende assessora parlamentar e outros dois por desvio de emenda

A Polícia Federal (PF) efetuou três prisões em flagrante nesta sexta-feira (17), na agência do Banco do Brasil situada próximo ao Palácio dos Leões, no centro da capital. Os autuados, Larissa Rezende Santos, Maria José de Lima Soares e Ivan Jorge da Piedade Madeira, foram presos sob a acusação da prática, em tese, do crime de lavagem de dinheiro. 

A prisão ocorreu logo após os envolvidos sacarem valores em espécie provenientes de emendas parlamentares estaduais. A quantia sacada, de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), era destinada à Companhia de Cultura Popular Catarina Mina, presidida por Ivan Madeira.

O total de valor desviado, segundo a PF, já ultrapassa R$ 2 milhões.

Esquema de desvio de recursos públicos

De acordo com os autos, há “fartos elementos informativos” indicando que o valor apreendido é proveniente de crimes antecedentes de peculato e corrupção passiva. A hipótese é que os recursos, destinados à execução de projetos por entidades de interesse social, como um evento alusivo ao Dia das Crianças (12/10/2025), não teriam sido efetivamente utilizados para o fim previsto.

No momento do flagrante, o dinheiro foi repartido. Foram apreendidos R$ 400.000,00 em uma mochila preta com Larissa Rezende Santos, e R$ 19.350,00 na bolsa de Maria José de Lima Soares. Ivan Madeira, presidente da instituição beneficiada, afirmou ter recebido R$ 50.000,00, ou seja 10% do valor.

Segundo as investigações, parte do esquema consistia em sacar o dinheiro e reparti-lo entre os envolvidos, sendo que “a maior parte possivelmente retornava aos parlamentares estaduais”. Outras parcelas eram destinadas ao pagamento de tributos (5%) e comissão da produtora (5%).

Conexões políticas e prerrogativa de foro

A Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (DELEFAZ/PF) indicou que os valores provêm de um esquema criminoso de desvio de recursos públicos da Secretaria de Cultura do Estado do Maranhão (SECMA), destinados a instituições culturais por meio de emendas de parlamentares estaduais.

Diante do suposto envolvimento de parlamentares estaduais, o Ministério Público requereu o declínio de competência para o Juízo plantonista de 2º grau, a fim de respeitar a prerrogativa de foro dos deputados mencionados.

Deputadas tiveram nomes citados em depoimentos e relatório da PF

Os documentos do Auto de Prisão em Flagrante mencionam os nomes de três deputadas estaduais e/ou de seus gabinetes:

Helena Duailibe

  • Contexto: o delegado de Polícia Federal, Ellison Cocino Correia, relatou que a conduzida Larissa Rezende Santos mudou sua versão e confessou que estava levando os R$ 400.000,00 em espécie para a Assembleia Legislativa do Maranhão . O dinheiro seria entregue diretamente à deputada estadual Helena Duailibe para uma “festa natalina”.
  • Documentos Apreendidos: Seu nome (Helena Duailibe) também consta em um documento recuperado (“SECMA- Emendas Indicadas”) que listava associações, eventos, valores e o nome do deputado responsável pela emenda parlamentar.

Andreia Rezende

  • Contexto: vínculo com a conduzida: A autuada Larissa Rezende Santos é assessora da deputada estadual Andreia Rezende.
  • Emenda Parlamentar: A Polícia Federal notou que o provisionamento de R$ 300.399,00 para saque futuro (em 20/10/2025) era proveniente de emenda subscrita pela deputada Andreia Rezende.
  • Larissa nega participação de deputada: Larissa afirmou, contudo, que a deputada Andreia Rezende “não teria nenhum envolvimento com o dinheiro sacado”.

Cláudia Coutinho (Licenciada de mandato)

  • Contexto: Emenda Parlamentar e Projeto: Verificou-se que um contrato de R$ 500.000,00 para o “PROJETO FESTIVAL DAS CRIANÇAS” (ligado a uma das entidades envolvidas) foi feito por meio de emendas parlamentares das Deputadas Claudia Coutinho e Helena Duailibe.
  • Documentos Apreendidos: Seu nome (“Cláudia”) está listado no documento recuperado intitulado “SECMA- Emendas Indicadas”, junto com outros parlamentares estaduais.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com as parlamentares citadas no relatório da Polícia Federal e em depoimento dos suspeitos presos, e aguarda a manifestação das mesmas.

Fonte: Imirante

Arimatéia Jr.

Arimatéia Jr.

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