Frigobar, banheiro e televisão: como é a cela em que o prefeito de Palmas está preso

Fonte: Jornal do Tocantins
Eduardo Siqueira Campos (Podemos) foi preso junto com um advogado e um policial
civil, durante fase da operação Sisamnes da Polícia Federal. Eles são investigados em
inquérito que apura vazamento de informações sigilosas do Superior Tribunal de
Justiça (STJ)
Eduardo Siqueira Campos (Pode) é o primeiro prefeito de Palmas a ser preso.
Investigado em inquérito que apura supostos vazamentos de informações judiciais no
âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ele está em um alojamento na sede do
Comando Geral da Polícia Militar do Tocantins. O advogado Antônio Ianowich Filho
também está detido no local.
O prefeito, o advogado e o policial civil Marco Augusto Velasco Nascimento Albernaz
foram presos preventivamente na sexta-feira (27) pela Polícia Federal, em nova fase da
operação Sisamnes. Os mandados foram determinados pelo ministro Cristiano
Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O prefeito está preso em uma cela com aproximadamente 18 metros quadrados. O local é dividido em pelo menos três ambientes, o primeiro onde há uma mesa, o segundo com camas e, por último, o
banheiro. A polícia confirmou que no espaço também há televisão e frigobar.
O advogado Antônio Ianowich está em outro alojamento no mesmo quartel, com
tamanho e formato semelhantes ao do prefeito. Eles não têm contato com outros
presos, e possuem direito a horário de visitas e banho de sol.
Segundo o comando da Polícia Militar, o espaço em que os investigados estão detidos
são alojamentos que foram adaptados. Essas, inclusive, são as mesmas salas onde
ficaram ex-governadores do Tocantins presos em outras investigações nos últimos
anos.
O policial civil Marco Augusto, por outro lado, foi levado para uma cela no 6° Batalhão
da Polícia Militar, que fica na região sul de Palmas. Ele está junto com mais um preso.
O que dizem as defesas dos investigados
Eduardo Siqueira: “O nosso posicionamento segue o mesmo, no sentido de que o
mérito da ação será enfrentado pela defesa técnica nos autos – que, diga-se de
passagem, são sigilosos. No mais, como em qualquer processo envolvendo prisão, a
concessão de liberdade é sempre prioridade”, comentou a advogada Laura Azevedo.
-Antônio Ianowich: A reportagem não conseguiu contato com a defesa
dele.
-Marco Augusto Velasco Nascimento Albernaz: O advogado Juvenal Klayber
informou que entrou com pedido da revogação da prisão e caso seja negada, vai entrar
com recursos cabíveis.
Entenda as prisões
A Operação Sisamnes busca aprofundar as investigações sobre a suposta existência de
uma organização criminosa responsável pelo vazamento sistemático de informações
sigilosas, com impacto direto sobre operações da Polícia Federal.
Em maio, Eduardo foi alvo de buscas durante a 9ª fase da Operação Sisamnes,
realizada pela Polícia Federal. Na época, a PF chegou a pedir o afastamento dele do
cargo, mas o pedido tinha sido negado. O prefeito é investigado por supostamente ter
vazado informações sigilosas para o advogado Thiago Marcos Barbosa, sobrinho do
governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), em 2024.
Conforme a PF, a apuração revelou indícios de que informações confidenciais estariam
sendo antecipadamente acessadas, articuladas e repassadas a investigados, com o
envolvimento de agentes públicos, advogados e operadores externos.
O grupo é suspeito de utilizar desses dados sensíveis para proteger aliados, frustrar
ações policiais e construir redes de influência.
