TOCANTINS: Reclamações se multiplicam contra a BRK
O fornecimento de água em Palmas voltou ao centro do debate público após o Ministério Público do Tocantins (MPTO) instaurar, na terça-feira (2), um procedimento para apurar supostas irregularidades no serviço prestado pela BRK Ambiental. As denúncias apontam para interrupções frequentes no abastecimento, em muitos casos sem qualquer aviso prévio aos consumidores.
As reclamações, encaminhadas tanto à Ouvidoria do MPTO quanto ao Procon, concentram-se nos setores Universitário, Irmã Dulce e Jardim Aureny IV, na região sul da capital. Ainda assim, a investigação abrangerá toda a cidade, uma vez que a água é considerada serviço essencial e deve ser fornecida com regularidade e qualidade. O procedimento é conduzido pelo promotor de Justiça Paulo Alexandre Rodrigues de Siqueira, da 15ª Promotoria de Justiça da Capital, com atuação na defesa dos consumidores.
Exigências do Ministério Público
Notificada oficialmente, a BRK Ambiental terá de apresentar relatório técnico sobre as manutenções em andamento, além de um plano de ação para garantir a regularização do abastecimento. Também será necessário comprovar que houve comunicação adequada aos consumidores sobre as interrupções já realizadas.
Entre as recomendações, o MPTO determina que a empresa intensifique a divulgação prévia de paradas programadas, utilizando múltiplos canais de comunicação. A exigência inclui publicar cronogramas de manutenção no site oficial e disponibilizar caminhões-pipa em áreas críticas. O órgão frisa ainda que qualquer interrupção programada precisa ser avisada com pelo menos 48 horas de antecedência, informando data, horário de início e término, áreas afetadas e medidas alternativas.
Pressão sobre a BRK
As cobranças do Ministério Público expõem uma fragilidade já sentida no cotidiano dos palmenses: a falta de previsibilidade no abastecimento. Consumidores relatam transtornos para atividades básicas, como higiene e preparo de alimentos, diante de cortes inesperados. Nesse cenário, fica a pergunta: por que a concessionária não tem conseguido garantir um serviço regular e bem comunicado?
A resposta, que a BRK terá de apresentar nos próximos dias, poderá definir os rumos do debate sobre a qualidade do serviço prestado em Palmas. Mais do que justificativas técnicas, os moradores esperam clareza, compromisso e soluções imediatas. Afinal, água tratada não é um luxo, mas um direito básico — e o mínimo que se espera é transparência de quem detém a concessão para administrá-la.






